Menopausa e desconforto digestivo: por que mulheres com mais de 50 anos apresentam inchaço pior

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As mulheres que passam pela perimenopausa e pela menopausa muitas vezes enfrentam um aumento de problemas gastrointestinais, como inchaço e gases, juntamente com sintomas bem conhecidos, como ondas de calor e alterações de humor. Um estudo recente confirma que estes problemas digestivos não são apenas uma coincidência, mas estão estatisticamente ligados a alterações hormonais durante esta fase da vida.

A ligação entre hormônios e saúde intestinal

A investigação, publicada na revista Menopause, analisou dados de mais de 1.000 mulheres, revelando uma correlação clara entre o estado da menopausa e o aumento da gravidade dos sintomas gastrointestinais. Os participantes relataram taxas mais altas de náusea, dor abdominal, diarréia, prisão de ventre, azia e distensão abdominal durante a transição das fases de pré-menopausa, perimenopausa e pós-menopausa. A única exceção foi a perda de peso, que não aumentou durante essas fases.

Isso acontece porque o estrogênio, o principal hormônio sexual feminino, diminui durante a menopausa. O estrogênio afeta a digestão, e uma revisão de 18 estudos mostra que níveis mais baixos de estrogênio coincidem com mais desconforto gastrointestinal. Isto não é apenas teórico; muitas mulheres experimentam alterações digestivas durante seus ciclos menstruais, demonstrando a conexão em tempo real.

Diferenças raciais e étnicas

O estudo também observou disparidades na gravidade dos sintomas entre diferentes grupos raciais e étnicos. Os participantes asiáticos relataram menos sintomas gastrointestinais e menos graves, enquanto os participantes brancos não-hispânicos experimentaram a maior gravidade geral, particularmente náuseas, diarreia, prisão de ventre e perda de apetite. Estas diferenças destacam a necessidade de mais pesquisas sobre como os fatores genéticos e ambientais desempenham um papel na saúde digestiva da menopausa.

A conexão entre o intestino e o hormônio

A relação entre hormônios e saúde intestinal é complexa. Os hormônios sexuais influenciam o microbioma intestinal, e o microbioma intestinal também influencia os níveis hormonais. Como aponta a Sociedade Norte-Americana de Menopausa, os hormônios do estresse, como o cortisol, aumentam durante a menopausa, agravando os problemas digestivos. Isso pode causar gases, inchaço e degradação incompleta dos alimentos, resultando em prisão de ventre.

O que pode ser feito?

Apoiar a saúde hormonal e intestinal simultaneamente é fundamental. Alimentos ricos em probióticos (iogurte, kefir, kimchi) e suplementos podem ajudar. Os probióticos introduzem bactérias “amigáveis” que promovem um microbioma intestinal equilibrado, aliviando o desconforto digestivo. Isto não é relevante apenas para as mulheres; A má saúde intestinal pode até afetar a produção de testosterona nos homens, tornando um microbioma saudável um benefício universal.

Priorizar a saúde intestinal durante e após a menopausa não se trata apenas de conforto; trata-se de apoiar o bem-estar geral em um período de alterações hormonais significativas.

Investir num intestino saudável através de dieta e suplementação pode atenuar o desconforto digestivo e promover um melhor equilíbrio hormonal.